segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Ética e câmaras ocultas no jornalismo de investigação


Proposta Temática:

O jornalismo de investigação é uma especialidade jornalística que procura desvendar mistérios e factos ocultos do conhecimento público, especialmente crimes e casos de corrupção. A investigação minuciosa dos factos, a disponibilidade de recursos específicos, bem como a precisão da informação são os “ingredientes” deste tipo de jornalismo. Numa investigação jornalística, o jornalista deve demorar o tempo necessário para descortinar todos os meandros, todos os pontos de vista e todos os indivíduos envolvidos em determinado caso. Um jornalista de investigação dedica grande parte do seu tempo, com todo o empenho, astúcia e coragem para procurar desmistificar todo o enredo num emaranhar de situações de um determinado assunto.
A problemática do jornalismo de investigação reside no modo como se acede à informação para se desmascarar tais factos ocultos. Se por um lado, um jornalista antes de fazer qualquer tipo de matéria sobre um caso se deve identificar, num processo de investigação jornalística acontece a possibilidade de haver uma excepção ao Código Deontológico, uma vez que o jornalista ao identificar-se como tal, dificilmente teria acesso a factos ocultos do conhecimento público. Deste modo, será ético a não identificação do jornalista nestes casos? Outra controvérsia, quando se fala neste tipo de jornalismo é a recorrente utilização de equipamentos tecnológicos ocultos. Um jornalista, para além de não se identificar também se rege muitas das vezes, com câmaras ocultas para ter todas as provas reunidas que sustentem a sua pesquisa no processo. Também neste aspecto, se questiona se será ético a recolha escondida de som e imagem no descortinar de um caso oculto? Existem ainda, aqueles casos que se encontram em segredo de justiça, e por fuga de informação o jornalista tem conhecimento do processo. Sobre este assunto também existem dúvidas que se levantam. Se numa investigação, levada a cabo para desvendar um assunto de interesse público que estaria oculto, um jornalista tem acesso à informação que se encontra em segredo de justiça, estará ele impedido de a noticiar? A liberdade de imprensa é ou não limitada?
Este é um dos temas propostos para debate nas XIII Jornadas da Comunicação, que gostaríamos de ver esclarecido.

Proposta de Convidados:

Ana Leal – jornalista de investigação da TVI

(CIMJ) – Elemento do Centro de Investigação Media e Jornalismo (investigadores que procuram desenvolver a investigação cientifica e promover o debate sobre temas relacionados com os media e o jornalismo).

António Fidalgo – Professor Catedrático de Ciências da Comunicação na Universidade da Beira Interior

Grupo responsável:

Cátia Gomes

Dora Costa

Fábio

Hugo Gonçalves

Nídia Marques

Liliana Figueiredo



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