
A
sociedade quer informação credível, diversificada, fundamentada e de fácil
acesso. Desse modo, vai procurá-la da maneira mais simples: na informação
intitulada de autenticada.
A
sociedade banalizou a opinião, todos têm algo a dizer e uma ideia diferente a
defender. A diversidade de opiniões é banalizada, principalmente nos meios
digitais, onde a informação é recorrente e considerada "normal". O
indivíduo comum aceita o que ouve como um dado adquirido, na maioria das vezes
não questiona o que ouve e toma a opinião como realidade.
Será
este paradigma um problema dos que fazem opinião?
Os
chamados “comentadores” detêm um poder sobre a comunidade, que pode ser
considerado "sem limites". A maioria ouve e cala, não questiona a
realidade, não havendo outra forma de ser informado a não ser através de
comentários de especialistas. Porém, onde reside aí a crítica e o contraponto
da opinião?
Os
comentadores assumem-se como um marco de grande influência na construção da
opinião pública. Aos olhos da sociedade, detêm credibilidade através da informação
que transmitem.
Até
que ponto têm capacidade para serem produtores de informação?
Não
serão uns meros transmissores? Enquanto transmissores são considerados, muitas
vezes, mais exequíveis que os próprios produtores de informação.
Considerados
elites pela sociedade, impõem-se como figuras mediáticas, utilizando os meios e
fontes que têm ao seu dispor para fundamentar as suas ideologias. Estas não
deixam de ser opiniões. Opinões do foro pessoal, que não detém credibilidade
informativa. Existe o perigo de transmitirem informações erradas, pois há
membros da sociedade que acreditam fielmente no que dizem. Este é um dos
problemas mais recorrentes, não se colocando em causa que existam erros.
Estamos
perante uma sociedade preguiçosa. Sedenta de informação mas preguiçosa, pois
detêm muitos meios ao seu dispor que não utiliza. Limita-se a seguir o que ouve
e a acreditar fielmente naquilo que lhe é incutido. O público contenta-se e
resume-se ao que é óbvio, e aquilo que lhes é oferecido é aceite sem discussão.
Não existe contrassenso. Crêem mais fielmente nas figuras opinativas do que nos
especialistas.
É
uma panóplia diversificada, todos comentam as respectivas temáticas em que, à
partida, se sentem à vontade e estão preparados para as debater.
Não
será um erro crasso? Um público que vive de cultura geral, que tem uma
determinada ideologia política, não se sentirá "traído" pelo
comentador político que segue, quando este assume posições próprias e segundo
uma ideologia política oposta à sua?
Um
comentador, como transmissor de informação, não deverá filtrar a informação
segundo uma lógica coerente e concisa, que garanta informação abrangente para
que se adeque à formação de opiniões pessoais diversas?
Assim,
estaria a contribuir para a formação de uma opinião pública saudável, no
sentido de permitir discussão e procurar a informação por iniciativa do
público; este público não estaria exposto a qualquer influência se os
comentadores não seguissem uma ideologia pessoal.
Leva-nos
a pensar que não se trata de uma questão de informação, mas sim de valores.
A
sua força na sociedade é demasiado forte, porém quem garante que eles detenham
a verdade do que dizem?
Terá
o cidadão a culpa por não questionar a veracidade dos factos?
Ou
será a culpa dos comentadores por tomarem um partido e, a maioria das vezes,
saberem que estão a influenciar os espetadores para o lado que mais lhe agrada?
É
importante ter em conta que os comentadores são isso mesmo: Comentadores. Detém
este título, logo têm a liberdade de exercerem o ato de comentar.
Deste
modo, existirá alguma regra sobre os seus limites? A população mais
desenvolvida já procura os comentadores como fontes seguras de informação, não
se interessa pelas notícias recorrentes, interessando-se por uma informação
mais especializada.
Até
que ponto a informação dos comentadores deve ser considerada informação
credível?
Sem comentários:
Enviar um comentário