sábado, 19 de janeiro de 2013

Proposta Temática - A influência dos comentadores na opinião pública


Os comentadores são, atualmente, uma fonte de inspiração e influência para a formação da opinião pública, opinião essa que é extremamente dinâmica.
A sociedade quer informação credível, diversificada, fundamentada e de fácil acesso. Desse modo, vai procurá-la da maneira mais simples: na informação intitulada de autenticada.
A sociedade banalizou a opinião, todos têm algo a dizer e uma ideia diferente a defender. A diversidade de opiniões é banalizada, principalmente nos meios digitais, onde a informação é recorrente e considerada "normal". O indivíduo comum aceita o que ouve como um dado adquirido, na maioria das vezes não questiona o que ouve e toma a opinião como realidade.
Será este paradigma um problema dos que fazem opinião?
Os chamados “comentadores” detêm um poder sobre a comunidade, que pode ser considerado "sem limites". A maioria ouve e cala, não questiona a realidade, não havendo outra forma de ser informado a não ser através de comentários de especialistas. Porém, onde reside aí a crítica e o contraponto da opinião?
Os comentadores assumem-se como um marco de grande influência na construção da opinião pública. Aos olhos da sociedade, detêm credibilidade através da informação que transmitem.
Até que ponto têm capacidade para serem produtores de informação?
Não serão uns meros transmissores? Enquanto transmissores são considerados, muitas vezes, mais exequíveis que os próprios produtores de informação.
Considerados elites pela sociedade, impõem-se como figuras mediáticas, utilizando os meios e fontes que têm ao seu dispor para fundamentar as suas ideologias. Estas não deixam de ser opiniões. Opinões do foro pessoal, que não detém credibilidade informativa. Existe o perigo de transmitirem informações erradas, pois há membros da sociedade que acreditam fielmente no que dizem. Este é um dos problemas mais recorrentes, não se colocando em causa que existam erros.
Estamos perante uma sociedade preguiçosa. Sedenta de informação mas preguiçosa, pois detêm muitos meios ao seu dispor que não utiliza. Limita-se a seguir o que ouve e a acreditar fielmente naquilo que lhe é incutido. O público contenta-se e resume-se ao que é óbvio, e aquilo que lhes é oferecido é aceite sem discussão. Não existe contrassenso. Crêem mais fielmente nas figuras opinativas do que nos especialistas.
É uma panóplia diversificada, todos comentam as respectivas temáticas em que, à partida, se sentem à vontade e estão preparados para as debater.
Não será um erro crasso? Um público que vive de cultura geral, que tem uma determinada ideologia política, não se sentirá "traído" pelo comentador político que segue, quando este assume posições próprias e segundo uma ideologia política oposta à sua?
Um comentador, como transmissor de informação, não deverá filtrar a informação segundo uma lógica coerente e concisa, que garanta informação abrangente para que se adeque à formação de opiniões pessoais diversas?
Assim, estaria a contribuir para a formação de uma opinião pública saudável, no sentido de permitir discussão e procurar a informação por iniciativa do público; este público não estaria exposto a qualquer influência se os comentadores não seguissem uma ideologia pessoal.
Leva-nos a pensar que não se trata de uma questão de informação, mas sim de valores.
A sua força na sociedade é demasiado forte, porém quem garante que eles detenham a verdade do que dizem?
Terá o cidadão a culpa por não questionar a veracidade dos factos?
Ou será a culpa dos comentadores por tomarem um partido e, a maioria das vezes, saberem que estão a influenciar os espetadores para o lado que mais lhe agrada?
É importante ter em conta que os comentadores são isso mesmo: Comentadores. Detém este título, logo têm a liberdade de exercerem o ato de comentar.
Deste modo, existirá alguma regra sobre os seus limites? A população mais desenvolvida já procura os comentadores como fontes seguras de informação, não se interessa pelas notícias recorrentes, interessando-se por uma informação mais especializada.
Até que ponto a informação dos comentadores deve ser considerada informação credível?

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